Como o Iranduba e o futebol feminino ajudaram a mobilizar o esporte de Manaus, palco do jogo da Seleção


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Como o Iranduba e o futebol feminino ajudaram a mobilizar o esporte de Manaus, palco do jogo da Seleção

‘Hulk da Amazônia’ chegou a disputar Libertadores, teve maior público de um jogo de futebol feminino do país, mas atualmente vive problemas pela falta de patrocínios

Ainda sem ter um time nas divisões mais expressivas do futebol brasileiro – o Manaus FC pode mudar esse panorama -, o futebol feminino foi, em anos recentes, o foco da torcida em Manaus. Os torcedores chegaram a colocar bom público na Arena da Amazônia, palco da partida da Seleção Brasileira contra o Uruguai nesta quinta-feira, pelas Eliminatórias.

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Na falta de destaque entre os homens, o “Hulk do Amazonas” fez questão de colocar Manaus no mapa do futebol brasileiro. O time feminino do Iranduba foi octacampeão estadual entre 2011 e 2018, semifinalista do Brasileirão em 2017 e terceiro colocado na Libertadores de 2018.

As campanhas de mais destaque foram marcadas pelo apoio do torcedor. A Arena da Amazônia foi a sede da Libertadores de 2018. O torcedor local abraçou o Hulk, eliminado nas semifinais nos pênaltis para o Atlético Hulia-COL, que viria a se consagrar como campeão depois.

No ano anterior, um recorde para ficar guardado: a partida de ida das semifinais do Brasileirão Feminino diante do Santos registrou 25.371 presentes, então o maior público da história de qualquer jogo de futebol entre clubes femininos no Brasil – algo superado pelo Corinthians em 2019.

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Torcida encheu estádios para ver o Iranduba (Foto: Divulgação)

PANDEMIA, FALTA DE PATROCÍNIO E DIFICULDADE


O que era um sonho virou pesadelo. Com a pandemia, o Iranduba perdeu patrocínios e o time, que então era referência no futebol nacional, acabou ficando para trás.

Em 2019, o Iranduba fechou um patrocínio com a VeganNation, empresa que iria atuar no ramo da criptomoedas apoiando valores veganos ao redor do mundo. A questão é que o dinheiro nunca entrou na conta do Hulk: a promessa de que, com o passar do tempo, o clube poderia trocar as bitcoins – chamadas de vegancoins – por dinheiro não se cumpriu.

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Salários ficaram atrasados e, com a chegada da pandemia, a situação apenas piorou. Com as dificuldades causadas pela Covid-19, a criptomoeda da VeganNation não chegou a entrar, de fato, no mercado financeiro. Ou seja, o Iranduba nunca teve a chance de trocar essas moedas por dinheiro real.

Com todo esse imbróglio, a dívida do Hulk chegou a ultrapassar R$ 500 mil entre salários e despesas operacionais.

QUEDA NO CAMPO


​Em 2019, mesmo ainda sem receber o dinheiro do patrocínio master, o Iranduba se manteve na Série A-1 do Brasileirão, mas longe do destaque dos anos anteriores. O Hulk foi o 10º colocado, se livrando do rebaixamento por apenas um ponto.

Na temporada seguinte a equipe não resistiu. Com dez derrotas em 15 jogos disputados, o Iranduba foi rebaixado para a segunda divisão. Na Série A2 da atual temporada, o Hulk até se classificou para a fase mata-mata, mas foi eliminado para o Atlético-MG nas oitavas de final e passou longe do acesso.

Mesmo com o momento difícil passado em 2021, o Iranduba provavelmente possui um espaço especial no coração de cada amazonense apaixonado por futebol. O Hulk foi, durante um tempo, o sopro de torcida e esperança por dias melhores na personificação de uma equipe.


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