Fortaleza cria “Passaporte Social” para promover inclusão e acesso a torcedores de baixa renda


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Fortaleza cria “Passaporte Social” para promover inclusão e acesso a torcedores de baixa renda

Projeto reduz preço do ingresso para 12 reais em jogos no Castelão

O Fortaleza iniciou no último domingo (07) a venda do “Passaporte Social” do clube. Por um valor único de R$60, os torcedores poderão assistir aos cinco jogos do Tricolor como mandante na reta final do Brasileirão. Discutida com professores e sociólogos que acompanham a instituição, a iniciativa visa promover o acesso da população de baixa renda aos jogos no Castelão.

Com lote limitado de ingressos disponíveis e custo de R$60, o valor médio do passaporte será de R$12,00 por jogo. Dentre as partidas contempladas pelo plano, além do clássico diante do Ceará, estão os confrontos contra Palmeiras e São Paulo, três partidas de grande importância. Os outros dois jogos são contra Bahia e Juventude, times que estão na parte de baixo da tabela.

Para obter o benefício e assistir aos jogos no Castelão, os torcedores precisam estar registrados no Cadastro Único (CadÚnico), projeto federal de caráter social com aproximadamente 420 mil famílias da cidade de Fortaleza. Fazem parte do programa famílias que ganham até meio salário mínimo por pessoa, com renda mensal máxima de três salários.

– A gente sentiu, por parte do nosso torcedor, a necessidade de um ingresso mais popular, de um acesso ao estádio de pessoas de menor renda. Para facilitar o acesso desse setor da população, criamos um grupo de trabalho com os torcedores Marcelo Leão, professor de geografia, e Márcio Renato, que é sociólogo. Depois, discutimos internamente com os nossos departamentos e chegamos à ideia do passaporte social, um benefício com custo baixíssimo. A iniciativa mostra que o Fortaleza entende as carências da sua torcida e realiza grandes ações – explica o Marcelo Paz, presidente do clube.

O sociólogo Márcio Renato, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), torce para o Leão e fez parte da equipe que elaborou o projeto. De acordo com o docente, a proposta tem o objetivo de promover a inclusão.

– O passaporte vai beneficiar um segmento da população que quase não tem acesso aos mecanismos de cultura e lazer, sobretudo na crise econômica vivida pelo país atualmente. A cidade de Fortaleza é extremamente desigual. O Cadastro Único abrange 420 mil famílias, se colocarmos uma média de três membros em cada, é possível que praticamente metade da cidade esteja registrada no programa. A gente já recebeu vários relatos de pessoas agradecendo pelo passaporte, torcedores que não iam ao estádio há 10, 15 anos, e até de pessoas que nunca foram a um jogo do clube. Agora, elas terão essa oportunidade.

Essa não é a primeira ação de caráter social realizada pelo Fortaleza. Desde 2019, o clube trabalha anualmente a venda de sua “Camisa Pop”, um uniforme popular que custa R$79,90 que visa atingir todas as camadas da sociedade. Normalmente, o preço médio das camisas originais dos clubes da Série A variam entre R$150 e R$300.

– Tanto o passaporte quanto a camisa pop são políticas de inclusão, movimentos realizados pelo clube para atingir segmentos que muitas vezes não são vistos pelo estado. Essas ações são um reflexo da gestão atual, que demonstra responsabilidade social e escuta os anseios dos torcedores.

A venda do “Passaporte Social” está sendo realizada apenas em lojas físicas da Leão 1918 e Pici e será comercializado até a última rodada do Brasileirão 2021. Na realização da compra, o torcedor deve apresentar seu CadÚnico, RG e CPF, para receber os ingressos com dados pessoais, que serão checados na entrada do estádio com obrigatoriedade de porte dos documentos solicitados. Em caso de fraude, os ingressos serão cancelados.


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