Infectologista critica presença de público em Brasil e Argentina: 'Ainda estamos em patamar preocupante'


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Infectologista critica presença de público em Brasil e Argentina: 'Ainda estamos em patamar preocupante'

Vice-presidente da Sociedade Brasileira de infectologia, Alberto Chebabo, afirma que houve progresso no combate à Covid-19. Porém, faz ressalvas sobre levar público ao Maracanã

Aconfirmação de que o Maracanã terá presença de torcedores na final da Copa América, entre Brasil e Argentina, neste sábado (10), às 21h, é vista com ressalvas por quem lida com o combate à Covid-19. Diretor médico do Hospital Universitário da UFRJ e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo alertou ao Apostas Online Brasil que a determinação da Prefeitura do Rio de Janeiro permitir 10% de público, após pedido da Conmebol, passa uma mensagem errada sobre a escalada da pandemia no Brasil.

– Ainda não é o momento de autorizar a presença de público em estádio. Esta autorização passa a mensagem errada de que a situação está sob controle. Por mais que o Brasil tenha reduzido seus índices, ainda estamos em um patamar preocupante. A média móvel ainda é de 1.451 vítimas diárias – disse

Chebabo também falou sobre a série de protocolos exigidos pela Conmebol, organizadora do evento e que conseguiu a liberação especial da Prefeitura. Entre as condições, estão a testagem de Covid-19 feita 48 horas antes, além do público, sentado, ter de respeitar espaçamento mínimo de dois metros entre cada pessoa ou família.

– A testagem era o essencial a ser pedido. Porém, não é 100% eficaz. Nestas 48 horas ou até 72 horas, um indivíduo pode estar no início da incubação do vírus e não haver detecção. Quanto a esta distância, resta esperar que seja respeitado, ainda mais com o comportamento que temos como torcedores – afirmou.

O infectologista ainda alertou para o risco de entrada de variantes em especial devido à presença de convidados de diversos países.

– Estão liberando o jogo para público e podem vir não só brasileiros, mas também de outros locais. A chance de entrada de variante é grande. Vêm pessoas da Argentina, do Peru, do Paraguai, que é sede da Conmebol. A Copa América já tem mais de 150 infectados (165 pessoas em 25.795 testes de RT-PCR, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados em 4 de julho) – destacou.

Aos olhos de Alberto Chebabo, outra preocupação é em relação à repercussão que um jogo de Copa América com público em solo brasileiro terá no mundo.

– Esta partida será televisionada para outros países, em um período no qual passamos de 500 mil mortos por Covid-19. Passa uma imagem de desleixo do Brasil – declarou.

Brasil e Argentina se enfrentam neste sábado. 


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