Luiz Gomes: 'Sylvinho é a primeira vítima da armadilha dos estaduais'


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Luiz Gomes: 'Sylvinho é a primeira vítima da armadilha dos estaduais'

Leia a coluna deste domingo, que fala sobre a demissão de Sylvinho do Corinthians

Ganhar um campeonato estadual representa muito pouco hoje em dia. Desgastados, desvalorizados, esses torneios, ao menos na forma atual em que são disputados, ocupando dois ou três meses do calendário, há muito perderam a razão de existir. E essa não é uma discussão nova. É uma lenga-lenga que se repete todos os anos na mídia.

Quanto mais perdem importância, contudo, mais os estaduais se tornam uma armadilha para os grandes clubes. E, principalmente, para os técnicos desses clubes. Não há um ano sequer que no Rio ou em Sao Paulo, mas também em centros como Minas, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco, cabeças não sejam cortadas mal a bola começa a rolar.

Sylvinho foi a primeira vítima esse ano

. Tudo bem que o técnico do Corinthians já vinha desde a temporada passada contando com a rejeição do torcedor e de boa parte da direção alvinegra. Os resultados minguados deste início de Paulistão foram apenas a gota d’água.

Mas Sylvinho não será o único. Fabio Carille, seu algoz no clássico de quarta-feira na Neoquimica Arena, é outro que está com a cabeça a prêmio. A virada, mesmo o Santos jogando pior do que o Corinthians na maior parte da partida, permitiu-lhe um respiro. O que não significa que não possa voltar à UTI já nas próximas rodadas.

E o que dizer de Rogério Ceni?

Por mais que o ex-goleiro veja evolução a cada jogo no seu São Paulo – o que de fato é verdade – e que ele não seja responsável pelas falhas individuais bizarras de sua zaga – ainda que pudesse barrar Miranda – a paciência do torcedor tricolor com o ídolo eterno do clube parece próxima de se esgotar. E se o cenário de um ponto em nove disputados persistir vai ser difícil segurá-lo no cargo.

Impaciência aliás foi o que se viu também na vitória do Fluminense, o mistão do Fluminense contra o Audax pelo Carioquinha. Apesar do resultado favorável, Abel Braga saiu vaiado, chamado de burro. E por causa de Ganso. Por ter deixado Ganso no banco.

Abel Braga - Fluminense x Audax
Abel Braga no comando do Fluminense
(Foto: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC)

Sinceramente? Não dá para entender esse amor repentino da torcida por um jogador que fez muito menos do que dele se esperava no ano passado. Parece apenas um pretexto para pegar no pé do técnico. E o que virá por aí no Fla-Flu desse fim de semana pode transformar num inferno a vida de Abelão.

Corinthians, Santos, São Paulo e Fluminense estão bem? É claro que não. E nem poderiam estar. Isso é responsabilidade exclusiva dos seus técnicos? É claro que também não é. Enquanto as pré-temporadas continuarem a ser como são, espremidas entre as férias dos jogadores e os estaduais, não será justo cobrar o que não pode ser entregue por ninguém em tempo tão escasso.

Ano passado, o empenho do São Paulo para ganhar o Paulistão e quebrar seu longo jejum de títulos foi uma exceção. A regra do discurso da cartolagem é que o que vale é o Brasileirão – a Copa do Brasil e a Libertadores para quem tem. E isso até faria sentido, se fosse traduzido em atitudes.

Na prática, contudo, o que se vê é que o estadual não vale nada, mas perder esses joguinhos insossos continua a ter um peso. Um peso pesado que quem leva nas costas são os homens que ficam ali na beira do campo em busca do milagre de uma exibição perfeita que jamais vir


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