Ativações nos estádios: como os clubes rentabilizaram os locais durante a pandemia?


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Ativações nos estádios: como os clubes rentabilizaram os locais durante a pandemia?

Impacto da falta da renda de bilheteria impulsiona criatividade das equipes; Ações sociais ganham espaço

Desde a temporada passada, sem a presença da torcida nos estádios, os clubes buscaram se adaptar para conseguir rentabilizar os estádios e diminuir os impactos causados pela falta do aporte financeiro proveniente da bilheteria. Além disso, campanhas solidárias foram promovidas pelas principais equipes do futebol brasileiro para ajudar pessoas em dificuldade durante a pandemia.

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Em São Paulo, o clube retomou as visitas dos torcedores ao Estádio do Morumbi. Recentemente, anunciou a volta dos passeios guiados com grandes ídolos onde, no último sábado (15), o torcedor acompanhou um tour pelo local com Diego Lugano.

No Internacional, foram promovidas cerca de 100 ações sociais de distribuição de alimentos, roupas, itens de higiene e de saúde, totalizando mais de 10 toneladas de materiais arrecadados. Recentemente, o clube anunciou nas redes sociais o “Gigante Colorado”, iniciativa para doar cestas básicas tendo os sócios-torcedores adimplentes a possibilidade de, em troca, adquirir kits contendo uniformes da equipe utilizado em temporadas anteriores.

– O Internacional sempre se caracterizou por abrir suas portas para esses tipos de ações sociais, e a pandemia nos trouxe um outro de olhar de estender a mão ao próximo. Fomos um dos primeiros clubes a apoiar essas iniciativas e queremos mantê-las mesmo quando as coisas se normalizarem. Além disso, temos demonstrado preocupação e interesse em crescer cada vez mais como instituição ao trazer com bastante intensidade projetos voltados para a inclusão e diversidade, sempre de forma democrática envolvendo nossos consulados e torcedores em geral – afirmou o presidente Alessandro Barcellos.

Já em Ribeirão Preto, o Botafogo-SP contava com uma agenda cheia com shows marcados para a Arena Eurobike onde, com a chegada da pandemia, a rotina precisou ser adaptada. A agremiação aproveitou o espaço gourmet, com opções para alimentação, para manter o movimento no estádio.

“Com a Arena Eurobike e os dois restaurantes em funcionamento parcial, mesmo sem público no Estádio Santa Cruz em dias de jogos, conseguimos manter a atividade de alguns espaços e organizar eventos pontuais de patrocinadores do clube. Dentro das regras de horários de funcionamento e capacidade reduzida, promovemos também shows de stand up comedy e concertos musicais – conta Laura Louzada, gerente de marketing da Botafogo S/A.

Nova fonte de receita dos times, os ingressos virtuais se popularizaram, diversos clubes passaram a comercializar tíquetes digitais para os torcedores contribuírem de alguma forma e se fazerem ‘’presentes’’ durante as partidas. Fábio Pizzamiglio, vice-presidente de marketing do Juventude, conta que a intenção é vender os bilhetes até o retorno do público nos estádios:

– É de se lamentar que no nosso ano de acesso e no reencontro com a Série A, após 13 anos, estejamos jogando no Alfredo Jaconi sem a nossa apaixonada torcida por conta desta pandemia. Até podermos restabelecer esse contato pessoal, com o ingresso virtual conseguimos manter o torcedor próximo de nós, nos ajudando, e ainda concorrendo a prêmios oficiais do clube. É uma forma de nos mantermos conectados.

De acordo com Bruno Maia, especialista em inovação e novos negócios no esporte, as ativações são importantes, mas ressalta a importância da criação de uma base de dados com informações dos fãs para aprofundar o conhecimento do público-alvo:

– Os dados deste tipo de torcedor são muito valiosos, pois eles tendem a ser os chamados ‘first users’, capazes de puxar muitas ações de engajamento e de geração de receita. É importante que os clubes tenham esses dados internamente e estejam trabalhando, tratando-os. Isso poderá gerar novas frentes de receitas planejadas no futuro.


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