Caravela em novo rumo? Veja os desafios que o Vasco terá caso 'migração' para SAF se concretize


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Caravela em novo rumo? Veja os desafios que o Vasco terá caso 'migração' para SAF se concretize

Consultor de gestão e finanças do esporte, Cesar Grafietti vê ‘passo acertado’ o acordo com investidor norte americano: ‘Oportunidade de reformular clube que sofre há anos’

O anúncio de que o Vasco encaminhou acordo não vinculante para a venda de 70% das ações de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF) à 777 Partners aumentou as expectativas quanto aos rumos do clube. A investidora norte-americana terá de arcar com uma série de desafios para reerguer o Cruz-Maltino.

Consultor de gestão e finanças do esporte, Cesar Grafietti avaliou que, acima da entrada de aporte financeiro, o primeiro passo é a busca por uma mudança de panorama na gestão cruz-maltina.

– Do que foi anunciado, parece um passo acertado. Mais do que o dinheiro, que é importante, trata-se da oportunidade de reformular e reconstituir um clube de alcance nacional que vem sofrendo há anos – disse ao Apostas Online Brasil.

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Grafietti, porém, alertou para a necessidade de uma mudança de mentalidade caso conselheiros, beneméritos e sócios aprovem que a gestão do clube mude de mãos.

– Se o processo não incluir necessariamente uma mudança profunda de gestão, nos métodos, nas pessoas, de nada resolverá. Não existe mudança que traga apenas dinheiro, pois o histórico mostra que isto não funciona. Um exemplo foi o que ocorreu com o próprio Vasco e o Bank of America (o acordo durou cerca de três anos, rendeu títulos importantes mas, após ser rompido unilateralmente no início de 2001, deixou uma herança de dívidas para o Cruz-Maltino) – constatou. 

Há outros investimentos nos quais o Vasco tem de se aprimorar pouco a pouco.

– Precisa de melhorias nas categorias de base, investimento em pessoal qualificado na gestão esportiva e no marketing e retomar capacidade competitiva para retornar à Série A – disse Grafietti. 

Vasco x Portuguesa
Acordos no campo e investimento na infraestrutura do estádio são outros caminhos do acordo com a SAF (Rafael Ribeiro / Vasco)

Com uma previsão de receber aporte financeiro de R$ 700 milhões, o Cruz-Maltino tem seu planejamento voltado não só para quitar dívidas e fazer contratações a longo prazo. O objetivo é reestruturar por completo o clube.

– É o único caminho. Agora, o importante é encontrar o parceiro que seja capaz de mudar estruturalmente o clube e tenha liberdade para isso – disse Grafietti.

A empresa 777 Partners deseja remodelar o Complexo de São Januário. Além disto, o Vasco cederá o uso das sedes da Lagoa e do Calabouço. O desejo de finalizar o CT Moacyr Barbosa também está em pauta.

Outras diretrizes são o investimento na equipe feminina do Vasco e nos esportes olímpicos (que são uma promessa do mandatário Jorge Salgado).

O clube definiu como “a maior transação da história do futebol brasileiro”. Para isto, o Vasco afirma que a proposta de R$ 700 milhões por 70% da SAF, o que deixa a avaliação de 100% do futebol do clube em R$ 1 bilhão. Depois disso, o clube soma as dívidas de R$ 700 milhões, que serão assumidas pela empresa.

Porém, o economista Cesar Grafietti traz outro ponto de vista. 

– Esses valores não existem. 70% das ações do Vasco que “custou” a dívida, segundo informam, são R$ 700 milhões. Dá para dizer que o clube foi avaliado em R$ 1 bilhão. Só isso. Os R$ 700 milhões de investimentos representam o valor necessário para o clube se estruturar, e podem ou não gerar valorização – disse.

O prazo para que essa negociação seja finalizada é de 90 dias (três meses). Segundo a nota, o acordo pretende recuperar o Vasco e recolocá-lo no protagonismo do futebol brasileiro e internacional.


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