Xingamentos de Morsa a Abel Ferreira mostram um dos piores lados da crítica esportiva


Assistiu: 453
Tempo de leitura:

Xingamentos de Morsa a Abel Ferreira mostram um dos piores lados da crítica esportiva
Xingamentos de Morsa a Abel Ferreira mostram um dos piores lados da crítica esportiva-2
Cesar Greco/Palmeiras

Após vencer o clássico contra o Santos por 1 a 0, em jogo válido pelo Campeonato Paulista deste 2022, Abel Ferreira deu uma resposta (cheia de ironias) aos críticos de seu trabalho. Um dos recados foi direcionado, nas palavras do técnico, “especialmente aos mais velhos”. Paulo Morsa, comentarista de futebol há décadas em diversos meios de comunicação do país, sentiu a sua honra ser atacada pelo técnico que, em sua opinião, será sempre um retranqueiro.

Abel Ferreira não é santo e, como acontece com qualquer um de nós, também comete seus erros. Com certeza não foi elegante ao usar pejorativamente o rótulo “mais velhos” antes de explicar sobre as diferenças entre jogar dentro de casa ou como visitante. Afinal de contas, muitos destes profissionais com mais experiência são profundamente competentes em seu trabalho.

Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!

Abel não xingou ninguém ou atacou uma pessoa, mas teve sua honra atacada por Paulo Morsa.

Os microfones da rádio Transamérica transmitiram as seguintes palavras saindo da boca de Morsa: “como ser-humano, (Abel Ferreira) é uma desgraça, um idiota. Ele é um idiota. Ele é um boçal. Ele não tem educação”.

Não é preciso usar de xingamentos chulos, daqueles que na TV acabam virando um “piiiiiiiiiii”, para ofender profundamente – e gratuitamente –uma pessoa. Quando você fala que alguém é uma desgraça como ser-humano, a ofensa é, no mínimo, tão pesada quanto o mais sujo dos xingamentos.

A intenção aqui não é fazer um glossário do que cada ofensa representa. É levantar o simples fato de que Morsa usou seu espaço apenas para agredir verbalmente alguém que nem sequer havia citado o seu nome. Abel pode ter usado um rótulo nada gentil, que de certa forma coloca uma espécie de “prazo de validade” para se poder ser bom em alguma coisa, mas não atacou ninguém. Os ataques do comentarista ao treinador repercutiram, mas não tiveram nenhum conteúdo sobre o tema principal da conversa, o futebol. E aí é que mora uma das questões mais importantes deste caso.

Todo este episódio, que (claro!) mexeu com as redes sociais e motivou este texto, teve um total de zero conteúdo sobre futebol em si. Morsa classificou Abel de retranqueiro e só: não disse por que a opção por um jogo mais reativo poderia fazer, caso acreditasse nisso, mal ao Palmeiras (não tem feito, nós já sabemos), não levantou nenhum contexto, números ou informações: foi um comentário feito com o fígado e repleto de agressões. Um comentário que repercutiu.

O lado mais ultrapassado da crítica esportiva não tem nada a ver com a idade do profissional de comunicação da imprensa esportiva: está em falar sem agregar, em repercutir só pela polêmica e não pelo conteúdo. E as agressões de Paulo Morsa ao técnico Abel Ferreira mostram este lado mais ultrapassado.

Um futebol bom, um ambiente saudável, se constrói com equilíbrio, educação e informações que agreguem o debate.

Mais artigos abaixo

Após as ofensas feitas a Abel Ferreira, Paulo Morsa foi demitido pela Transamérica. O staff do técnico português preferiu não se manifestar sobre todo o caso.


Comentários

Adicione seu comentário...
Adicionar comentário

Posts relacionados